A imagem não está errada. Não
quis dizer Teocentrismo, e sim Leocentrismo mesmo. Já adianto que esse conceito
não existe, e foi um neologismo para defender um ponto de vista.
Cada ser vivo possui uma complexidade inerente à sua forma de vida biológica, mas o ser humano consegue ser ainda mais complexo do que qualquer outra espécie que tenha passado pelo planeta Terra. A sua capacidade cognitiva é o diferencial, atuando na aquisição de conhecimento por meio de processos como a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem, e também a predição.
Em diferentes momentos da história tivemos Deus no centro do universo, a Terra, o Sol e até o próprio ser humano, num modelo conhecido como antropocentrismo (creio que você pode pensar facilmente em pelo menos 3 pessoas do seu convívio que tenham certeza de estarem no centro do universo “just right now”). O fato é que toda essa reflexão sobre quem, ou o que, está no centro do entendimento humano só é feita por uma espécie vivente que se tem registro. Se os leões tivessem a capacidade de pensar sobre isso, possivelmente haveria uma época de “Leocentrismo” na história (arráaaaa!!! Faz sentido, né?).
Nós somos diferentes das outras espécies e facilmente percebemos isso, ao mesmo tempo que mantemos nossas semelhanças biológicas. Biologicamente falando, nós humanos sofremos as mesmas pressões ambientais como qualquer espécie viva (necessidade de alimento, de água, de espaço, susceptibilidade a doenças, etc), seja ela uni ou pluricelular, procarionte ou eucarionte, autótrofa ou heterótrofa (whatever). Somos apenas mais uma espécie no meio de tantas outras. Entretanto, somos a única capaz de perceber e raciocinar sobre este fato, o que nos torna muito diferentes.
É difícil pensar em um motivo ou explicação para essa diferença em termos científicos. A ciência responde muito bem como resolver problemas naturais, ou com que resolvê-los, mas quase nunca consegue explicar porque resolver as coisas. Esta é a grande e permanente questão do mundo antigo e contemporâneo, e há um movimento natural pela busca de propósitos. É aí que a filosofia e a teologia entram em cena (ou voltam para a discussão iniciada por elas mesmas), e trazem explicações que são impossíveis de serem dadas pela ciência moderna pelo simples fato de estarem fora do seu escopo, objetivo e metodologia.
Ao analisar o diferencial humano é possível perceber que possuímos vários “aspectos” de vida além do biológico, dos quais podemos citar o aspecto (ou a vida) familiar, a vida acadêmica, a profissional, espiritual, e por aí vai. Todas elas são muito importantes para nós, mas quero focar na última. Sobre a vida espiritual, existe um tipo de vida particularmente especial, que é ao mesmo tempo “o caminho, a verdade e a vida”. Foi nessa vida que eu pensei quando propus o nome BioTóxico. Como disse anteriormente, sou professor e cientista/pesquisador. Biologia sempre foi minha paixão desde a idade escolar. Além disso, sou cristão (sim, é possível um cristão ser cientista, ser um biólogo, sem precisar negar a sua fé ou entrar em conflito com o que quer que seja). E não foi na biologia, ou outra ciência, que encontrei razões para a possibilidade de haver um propósito de vida e da vida, mas foi em Cristo e sua Palavra.
Muitas e muitas pessoas pensam a relação entre fé e ciência, e geralmente questionam se podem/devem ser vistas como inimigas, estranhas ou parceiras. Como sempre, boas leituras trazem luz ao questionamento. Quem me conhece sabe que vejo fé e ciência como parceiras, numa visão construída, entre outras coisas, a partir do entendimento dos limites de cada esfera. E ressalto a importância da leitura nesta reflexão, retomando o tema central da postagem, o nome do blog. De acordo com o Evangelho de João (1:4 – NTLH) “A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas”. O mesmo autor chama Jesus Cristo de o Verbo de Deus, e há traduções que o colocam como a Palavra de Deus (eu sempre gostei de ler, e saber de uma Palavra que era fonte de vida foi, no mínimo, intrigante). Toda leitura, pra ser realmente absorvida, a ponto de “intoxicar” a nossa mente precisa ser refletida, ou digerida, como se costuma dizer (– Olha que interessante: o mesmo Cristo que é a Palavra e fonte de vida, é o Pão da vida – João 6:48 – então deve ser necessário mesmo uma digestão dessa palavra).
E para terminar essa penúltima postagem sobre o motivo do nome do Blog, pense comigo: se BioTóxico se refere a intoxicar-se com a vida, o que seria uma overdose de vida?! Vou deixar essa reflexão para o quarto e último capítulo da “trilogia” de 4 postagens (porque trilogia é mais legal de falar). Até!
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