“A Bíblia não constitui uma fonte infinita de
informações científicas aleatórias a serem derivadas de seus detalhes,
colecionadas e juntadas por cientistas criativos”. Essas palavras foram
apresentadas pela Associação Brasileira de Cristãos na Ciência (ABC2),
e nelas me basearei para fazer os comentários abaixo.
O objetivo da Bíblia não é ser um manual de ciências (biologia,
química ou física), e sim, ser um livro sobre Deus e Sua relação com a
humanidade. As Escrituras obviamente falam sobre coisas naturais
que todos podem observar, mas sempre apontando para Deus. A Bíblia não apresenta
e nem requer um rigor científico e metodológico para se fazer ciência.
Ruth
Bancewicz, geneticista, com PhD pela Universidade de Edimburgo, atualmente
pesquisadora do Faraday Institute for Science and Religion, Cambridge (UK), diz
que para um cristão, a Bíblia é a palavra de Deus para nós, e trata sobre o caráter
e os propósitos criativos de Deus, como ele se relacionou com as pessoas no
passado e suas promessas para o futuro. Enquanto a ciência é uma maneira
específica de estudar o mundo, investigando as propriedades físicas das coisas,
para explorar a criação de Deus. Com isso em mente, “se a Bíblia e a ciência parecem estar se contradizendo, certamente
cometemos um erro ao interpretar uma ou outra”.
Esperar e exigir
que a veracidade da Bíblia seja confirmada pela ciência (por mais eficientes
que sejam os padrões científicos, estes são limitados) é desnecessário, injusto
e excessivo para a própria Palavra de Deus. Dizer que a Bíblia seja uma fonte
de mistérios científicos ocultos não tem nenhum suporte nela própria, configurando
pura especulação.
Tradicionalmente,
a Igreja Cristã entende que a revelação de Deus se mostra em dois livros: o
livro das Palavras de Deus (A Bíblia) e o livro da Obras de Deus (A Natureza). Há
quem diga que ciência e fé são assuntos totalmente opostos, mas um olhar mais
cuidadoso e menos dogmático, seja de dogmas religiosos ou científicos (pois é, veja com calma e poderá percebê-los),
permite leituras em que não há contradição entre a verdade bíblica e a verdade
natural. Subscrevo a ideia da ABC2 de negar enfaticamente que a
ciência tenha o poder de corrigir a Bíblia, e afirmar, de modo igualmente
enfático, que a ciência e o saber acadêmico podem corrigir a nossa leitura da Bíblia, quando ela é
corrompida por vícios humanos como a incredulidade, a superstição, a
ignorância, a preguiça intelectual ou o dogmatismo,
independentemente de sua fonte.
Em nosso
entendimento, a harmonia fundamental entre o trabalho teológico e o
trabalho científico só pode emergir quando cada campo respeita a soberania e
autoridade do outro (ABC2
e eu 😁).
Explicações mais completas nos links abaixo:
https://www.cristaosnaciencia.org.br/o-falso-e-o-verdadeiro-nos-ataques-recentes-a-abc%C2%B2/
https://www.cristaosnaciencia.org.br/ciencia-e-biblia-se-contradizem/
Nenhum comentário:
Postar um comentário